senhora ronhonhocas
quarta-feira, junho 15, 2005
 
ACABOU.

 
 
Adeus Nikita

Como se descreve uma lágrima?
A sensação de chorar?
De peito apertado, com vontade de gritar?

Apesar de se saber que nada é eterno,
que nada é certo, que hoje estamos bem,
e amanhã tudo se desmorona
como cartas de papel ao sabor do vento,
tentamos sempre de ir contra a natureza

Era uma morte anunciada,
com data incerta, mas anunciada.
Se não hoje, amanhã.
Esperámos mais um dia, uma semana, um mês
com esperança de mais um momento na sua “cãopanhia”.
Mas custa, custa, custa muito.

Agora, o olhar dela demostra que desistiu,
que não suporta mais medicamentos,
mais tormentos e angustias
como que a pedir para lhe darmos uma morte calma,
serena e digna,
como ela foi toda a sua vida.

Como seus donos e apesar de doer,
temos de tomar a tal decisão
e deixá-la partir...
Fazer com que se acabe que este seu sofrimento
e recordar.
Recordar que foram tempos bonitos, alegres, e de dedicação.
E que apesar de partires és e serás sempre, a nossa NIKITA.
Obrigado por nos teres deixado ser os teus donos.
 
segunda-feira, junho 13, 2005
 
Tudo na mesma
Não há alterações. O apetite não se manteve. A "moleza" continua.
Falámos com o vet.
Disse para lhe retiramos o Danosil.
Vai ser a última oportunidade.
Estou muito desanimada. Com os anos do meu Guga a aproximarem-se isto torna-se ainda mais difícil de gerir (sim, porque desta vez ele ainda não se apercebeu que ela está "novamente" doente. Acho eu...)

Será que estamos a ser egoístas, não deixando que ela diga adeus? Protelando, adiando, algo que é inevitável acontecer?
Será que seremos egoístas se tomarmos essa decisão e a deixarmos finalmente partir?
Ela cada vez está mais magra e a barriga dela cada vez mais inchada.
Custa tanto olhar para aqueles olhinhos e não entender o que se passa na cabecita dela...
Que fazer?
Oh meu Deus... que fazer?
 
domingo, junho 12, 2005
 
Estamos no limbo
Acho que é isso que se chama quando as coisas estão suspensas.
É que ela não piorou, mas também não melhorou.
Já começou a comer qualquer coisa (para aí 1/4 da ração diária, desde que misturada ou com leite ou com arroz).
Também já não vomita há alguns dias e o cócó embora escuro demais, está a normalizar.
Será que são boas notícias?
Continua molinha mas a visita de um amiguinho cá a casa até parece tê-la espevitado.
Está muito magrinha, o que acho que é normal.
E estes dias em casa junto dela estão a saber mesmo bem.
São muitas as vezes que me posso sentar no chão da varanda a fazer-lhe festinhas e a dar-lhe mimos, com ela a retribuir-me, "dando-me banho" com a sua enoooorme lingua! Eh eh eh!
Fofinha... vê se melhoras e ultrapassas esta crise!
 
quinta-feira, junho 09, 2005
 
Mudamos-lhe a ração na esperança de ela voltar a comer.
Vamos também mudar a medicação para ver se melhora, (deixa de tomar o Vibramicina e o Bactilsubtil que poderá estar a atacar o estômago, para começar a tomar o Omeprazol para lho forrar). Vamos ter esperança nas melhoras, pois já se encontra de novo excessivamente magra. Fé por enquanto é o que nos resta.
 
quarta-feira, junho 08, 2005
 
Hoje é o dia D
As nossas opiniões divergem. O dono ontem achou-a na mesma. Eu achei-a melhor.
Trocámos-lhe as voltas e aproveitando o lado guloso dela, misturámos uma outra ração (da amiga dela, Mini) com a ração dela. Comeu-a como se fosse um petisco. Será que ela associa o sentir-se mal à ração que come?
Tenho-lhe deixado a porta da sala aberta para ela ir para o fresquinho durante o dia.
Dou-lhe miminhos e incentivo-a a comer.
Não sei que mais fazer.
Hoje, a ver vamos.
Eu, ontem achei-a um pouco mais animada.
Mas pode ser apenas o meu desejo.
 
segunda-feira, junho 06, 2005
 
Falei com o vet.
Ele diz que agora vai ter de ser o tudo ou nada.
Aumentou-lhe a dose de Medrol, acrescentou o Perimpéran para combater os vómitos, e pediu para lhe ligarmos daqui a dois dias.
Eu não consigo perceber como é que uma cadela que não come, não bebe água nenhuma (ou quase nenhuma), e com uma dose ENORME de comprimidos de 12 em 12 horas, sobrevive.
As lágrimas teimam em cair e eu tenho medo.
Medo de a perder. Medo de que seja já.
Não sei que sentir.
É uma sensação de impotência tão grande que me faz sentir minúscula.
Sei é que o amor dela por nós continua imenso.
E o nosso por ela também.
 
 
Acho que te estás a ir...
Não há hora do dia que passe que não pense em ti.
Não comes a tua ração desde a semana passada.
Na água mal lhe tocas.
Ontem cheguei ao ponto de te dar água pela minha mão.
Este fim de semana foi doloroso ver-te assim.
A emagrecer a olhos vistos, sem ânimo, e sempre deitadinha.
Apenas abanavas a cauda quando nos aproximávamos.
Acho que temos de nos preparar para te dizer adeus.
Mas ainda não desisti. Hoje vou falar com o vet a ver o que ele diz.
Custa. Muito.
 
sexta-feira, junho 03, 2005
 
Não há melhoras!
E já me estás a preocupar. O antibiótico já devia ter começado a fazer efeito, mas não. Ontem quando chegámos a casa tínhamos daquelas "prendas" na varanda. E não eram normais.
Continuas cadisbaixa e já nem vens com entusiasmo pedir festas. Só queres é estar deitada na tua casota.
O meu coração começa a apertar-se.
Será que não vais melhorar desta vez?
Nada me resta a fazer senão... esperar.
 
quarta-feira, junho 01, 2005
 
Estou preocupada...
... mas ao mesmo tempo confiante.
Sei que é mais uma crise que tens de ultrapassar, e tenho fé de que o vais conseguir.
Andas muito choxinha e é incrível como em 4 dias perdeste logo tanto peso.
Mas continuas muito meiga e sempre a pedir festinhas...
E o que nos vale também é isso: o saber que ainda tens força para nos "melgar".
Força Nikitinha (como te chama o meu Guga)!
 

Nikita
Diário de uma morte anunciada

8 Agosto 1998 - 15 Junho 2005

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