O teu olhar...
... foi sempre tão meigo, tão expressivo.
Olhar de cachorra que te acompanhará até ao fim.
Ainda hoje, já com quase 7 anos, há pessoas que te vêem na rua, perguntam-me: “É novinha, não é?”.
É o teu olhar.
Acho que nunca vi um olhar assim noutro cão.
Quase que podemos adivinhar o que te vai na cabeça, quais são as tuas intenções. É um olhar quase humano e infantil.
Lembro-me de quando estava grávida, e assim que me sentava no sofá da sala, tu vinhas a correr sentar-te ao pé de mim com os olhos pregados na minha barriga.
Era um olhar de aflição, de preocupação, de curiosidade e de interesse.
Quando chega a hora de ires à rua, segues-nos com o teu olhar constante e insistentemente.
Quando queres brincadeira, lá está o teu olhar de desafio. Mesmo se falasses nem o precisavas de fazer.
Os teus olhares vão deixar mesmo muitas saudades.