senhora ronhonhocas
quinta-feira, março 17, 2005
 
Ontem chegámos a casa e deparámo-nos com uma cena desoladora: a varanda estava toda vomitada. Quando digo toda, é mesmo toda.
É uma varanda grande com 8 x 2,5 metros. Começaste a ficar por lá durante à noite também quando o Guga nasceu (era Verão) e quando te quisemos voltar a pôr a dormir dentro de casa (no Outono), choravas porque querias voltar para lá. Acabámos por decidir comprar-te uma casota em condições e deixar-te à vontade com aquele espaço. A vista era-te muito cativante... uma escola cheia de miúdos, os quais tu adoras...
Então ontem, quando chegámos a casa, deparámos com aquele espectáculo! Tudo vomitado de verde. Um horror... mas por incrível que pareça tu estavas toda arrebitada e animada. Parecias melhor. De qualquer das formas liguei de imediato para o veterinário para nos aconselhar. Disse para irmos comprar mais um medicamento - o Perimpéran - para evitar que vomitasses. O que fizémos... mas isso não impediu que hoje de manhã a varanda tivesse mais uma "surpresa".
Mas o que eu queria falar aqui é do teu amigão, o Guga.
Mãe galinha que sou, e sabendo o quanto ele te adora, também já andava preocupada com a falta que ele iria sentir de ti e com a forma de lhe dar a notícia, quando chegasse a altura...
Pois ontem, quando chegámos a casa e ele viu aquela cena, virou-se para mim muito aflito:
"Mãe, ó mãe... a minha Nikita está muito doente!! A minha Nikita vai morrer!!!"
Fiquei pregada no lugar onde estava, com a distinta sensação de que o chão estava a fugir-me debaixo dos pés. Nós ainda não lhe tínhamos dito nada e até evitámos todo e qualquer comentário à frente dele.
Mas ele sabia.
Com a calma necessária, sentei-o ao meu colo e expliquei-lhe o melhor que consegui.
- "Sim. A Nikita está muito doente, filho. E provavelmente vai morrer. Mas sabes, é melhor para ela..."
- "Não é não!!! Eu vou tê muitas xôdades dela!! Eu não queio que ela morra!!"
- "Mas ó filho... ela tem um dói-dói muito grande..."
- "Onde, mãe?"
- "Dentro dela..."
- "Leva paia o dotôi, como quando foi eu! Ele dá uma pica e ela fica boa!"
- "Pois, filho... a mãe já levou... mas não é a mesma coisa... estamos a dar-lhe medicamentos, mas ela não deve durar muito mais tempo."
E calei-me, limitando-me a abraçá-lo enquanto ele soluçava e as nossas lágrimas se misturavam.
- "Eu vô chorar muito quando a Nikita morrer, mãe. E vô tê muitas xôdades dela."

E eu também, Nikita.

Hoje vai ser o dia D - de decisão... mal posso esperar para chegar a casa e ver como estás...
Amanhã dou notícias.

A dona
 
Comments:
Estou a torcer pela Nikita! Bjinhos grandes****
 
Ah! O mural lateral está mto bom. É uma bela retrospectiva. ***
 
Oi amiga,
De todo o coração espero que tudo passe depressa para ela não sofrer.

Um beijo grande

Sol
 
Olá

Penso que o melhor é ela não sofrer, enquanto tiver qualidade de vida que esteja convosco.

Bjs

Carla
 
Olá! Quando li o teu blog fiquei com lagrimas nos olhos... Sempre fui apegada aos meus cães e quando algum deles morria, sofria muito.
Detesto pessoas que não têm qualquer sentimento por eles. São nossos amigos mais sinceros e nunca nos vão criticar, abandonar, magoar, porque são nossos amigos de verdade!!! São melhores do que muita gente que anda por aí!
Espero que ela não sofra.
Força para vocês os 3.
Beijinho
Marta
 
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Nikita
Diário de uma morte anunciada

8 Agosto 1998 - 15 Junho 2005

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